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IMPRENSA ALTERNATIVA




O período compreendido  entre 1964 e 1980 foi considerado como “tempo das trevas”  pela maior parte dos jornalistas brasileiros, que precisavam exercer sua profissão de apurar e promover a informação, mas viviam em um momento de grande repressão e censura. Porém, ao  se analisar a história do jornalismo a ação de repressão e de ditadura produziu efeitos contrários, pois foi justamente nesse período histórico que o país viveu um de seus momentos mais produtivos no que diz respeito a qualidade de informação e quantidade de veículos em circulação.






  “... nasceram e morreram cerca de trezentos periódicos que se caracterizam pela oposição intransigente ao regime militar” (CHIEMEN, SP: 1995)






A busca pela liberdade de expressão motivou jornalistas, escritores,entidades e pensadores a compartilhar ideias, informações, ou promover discussões que permitisse a sociedade refletir sobre os fatos e a realidade que vivia o Brasil naquele momento. O resultado dessa busca foi a fundação e circulação de vários jornais que ficaram conhecidos como imprensa alternativa, imprensa nanica ou  imprensa underground.


Entre os principais veículos da imprensa alternativa temos:


- Pasquim
- Opinião
- Movimento
- Ex
- Bundas
- O Binômio
- Pif-Paf
- Mais Um
- Versus
- Repórter
- O Trabalho
- Voz da Unidade
- Hora do Povo
- Tribuna da Luta Operária
- Em Tempo
- Coorjornal
- Brasil Mulher
- Nós Mulheres
- O Bicho
- Lampião entre vários outros jornais.


A convivência entre a imprensa alternativa e o regime não era pacífica, pelo contrário ao passo que o jornalismo alternativo ganhava prestígio e popularidade a repressão era ainda maior. Com isso a imprensa aprendeu a se recriar e a utilizar estratégias que a permitissem driblar a censura.




  “Veículos [de comunicação] não se extinguem como tal, transformam-se”. (DINES, RJ: 1974)
               


A imprensa alternativa foi se construindo como um dos principais meios de ação e oposição ao regime vigente, que uniu em uma estrutura de comunicação entes de paradigmas, religiões e filosofias diferentes  para criticar,  pensar, agir e refletir sob uma única voz de luta pela liberdade.




BIBLIOGRAFIA:
CHIENE, Rivaldo. IMPRENSA ALTERNATIVA: Jornalismo de Oposição e Inovação.Editora Ática: SP, 1995
DINES, Alberto. O Papel do Jornal. Editora Artenova: RJ, 1974


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