Impossível não se dar valor à grande imprensa nanica – com perdão do trocadilho. Em meio a uma época em que os grandes veículos da mídia sofriam a censura da ditadura militar, foi a imprensa nanica quem garantiu que o público tivesse acesso às informações importantes. Entre os jornais de destaque deste tipo de imprensa estão: “Lampião da Esquina”, “Jornal do Movimento” e “Jornal SNOB”.
Um dos maiores jornais deste seguimento é o lendário “Pasquim”. Atingindo cerca de 200 mil tiragens em seu auge, o jornal foi o um fenômeno de vendas na década de 70. A publicação ganhou muita importância por fazer oposição ao regime militar da época, sem deixar de falar de assuntos do cotidiano.
Reunindo um time de peso em sua equipe – entre eles: Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ziraldo, Paulo Francis, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e também dos colaboradores eventuais Ruy Castro – o jornal se destacou por exercer forte influência sobre o público leitor, além de desafiar os “paradigmas midiáticos” da época. Era comum ver reportagens atacando autoridades públicas, bem como capas polêmicas, com declarações pouco comuns.
A mais lendária das entrevistas, sem dúvidas, foi de Leila Diniz. Dona de um corpo escultural e personalidade forte, Leila foi professora, estrela de cinema, de TV, musa das praias cariocas, objeto de desejo de muitos homens e expoente máximo do movimento liberal feminino da década de 1970. Falava o que queria, na hora que queria, da forma como queria.
O que esperar quando se cruzam uma mulher disposta a falar sobre tudo e uma publicação disposta a noticiar sobre tudo? Polêmica, claro! Em novembro de 1969, o Pasquim chega às bancas com aquela linda mulher - conhecida por sua coragem em romper preconceitos e por atitudes avanças para a época – na capa. Como era de praxe, o jornal não editou uma palavra sequer. Colocou tudo “ao pé da letra”. O resultado? Um vasto repertório de palavrões e declarações ousadas. Por exemplo:
“Todo paulista é bicha!”
“Na minha caminha, dorme algumas noites, mais nada. Nada de estabilidade.”
“Eu nunca comi mulher nenhuma porque elas não têm pau. E pra mim pau é um negócio essencial. Eu gosto muito da coisa entrando em mim.”
”Eu só tive um homem negro. E não vou comparar meus homens porque é sacanagem. Dizem que os negros têm mais potencialidade, etc. Eu acho que é a mesma coisa. Depende do cara.”
“Quebro a cara toda hora. Mas eu só me arrependo das coisas que eu não fiz. Das coisas que fiz, não me arrependo nada. Só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose. Já amei gente, já corneei essa gente e elas já entenderam e não teve problema nenhum.”
Nunca antes foi visto uma mulher falando sobre sexo, amores e tabus. Pouco tempo após a entrevista, o governo da época criou o Decreto nº 1.077, que foi apelidado de Decreto Leila Diniz, tornando ainda mais dura a censura da época, tamanho o choque causado pela musa.
“Todo paulista é bicha!”
“Na minha caminha, dorme algumas noites, mais nada. Nada de estabilidade.”
“Eu nunca comi mulher nenhuma porque elas não têm pau. E pra mim pau é um negócio essencial. Eu gosto muito da coisa entrando em mim.”
”Eu só tive um homem negro. E não vou comparar meus homens porque é sacanagem. Dizem que os negros têm mais potencialidade, etc. Eu acho que é a mesma coisa. Depende do cara.”
“Quebro a cara toda hora. Mas eu só me arrependo das coisas que eu não fiz. Das coisas que fiz, não me arrependo nada. Só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose. Já amei gente, já corneei essa gente e elas já entenderam e não teve problema nenhum.”
Nunca antes foi visto uma mulher falando sobre sexo, amores e tabus. Pouco tempo após a entrevista, o governo da época criou o Decreto nº 1.077, que foi apelidado de Decreto Leila Diniz, tornando ainda mais dura a censura da época, tamanho o choque causado pela musa.
Curioso para ler a entrevista? Clique aqui e veja na íntegra
http://www.omartelo.com/omartelo23/musas.html
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