Por Thiago Maia
A medida que este blog vai ganhando vida, vamos colocando algumas das entrevistas marcantes de "O PASQUIM".
Para dar início as postagens, selecionamos a entrevista de Raul Seixas concedida ao jornal. Sem dúvidas uma das mais marcantes e, como gostava os jornalistas, recheada de álcool.
Entrevista Concedida ao Jornal O Pasquim, Rio de Janeiro, Novembro de 1973
O PASQUIM - Você surgiu publicamente com Ouro de Tolo. Mas nós queremos que você conte o seu início, desde o princípio mesmo.
RAUL - Vamos ver. Vamos voltar a 1959. Eu tinha um conjunto de rock, lá em Salvador. Eu morava perto de uns garotos do consulado, eles me apresentaram uns discos de rock...
O PASQUIM - Qual consulado?
RAUL - O americano. Estava aquela coisa acontecendo nos Estados Unidos e nós tomamos conhecimento. Nós fizemos um conjunto de rock em Salvador, e a gente viajava pra todo interior, fazendo aquela coisa, assumindo mesmo, vivendo aquela coisa da época.
O PASQUIM - Como é que chamava o conjunto?
RAUL - Os Panteras. Porque todo conjunto daquela época tinha nome de bicho.
O PASQUIM - Era um conjunto de quantos?
RAUL - Eram quatro pessoas. Guitarra, baixo e Bateria.
O PASQUIM - Krig-Ha, onde fica?
RAUL - Krig-Ha seria um rótulo. É uma sociedade que existe hoje no mundo inteiro, com vários nomes. Aqui no Brasil nós batizamos com o nome de Krig-Ha, que é o grito de guerra do Tarzan. Você deve ter lido Tarzan, né? Khig-Ha significa "cuidado"!
O PASQUIM - Bandolo é inimigo, né?
RAUL - É. Aí vem o inimigo. Tinha o dicionário de Tarzan na primeira página. Você lia e tinha a tradução. Eu sabia aquilo decorado. Mas essa sociedade promove acontecimentos. O primeiro acontecimento que essa sociedade promoveu foi o disco, o LP Krig-Ha, Bandolo!
Fonte: Casa do Bruxo
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